Os modos de olhar as crianças e pensar suas infâncias tem se modificado com a ampliação das pesquisas sobre as crianças, e mais recentemente, com as crianças. Compreender a infância a partir da perspectiva das próprias crianças tem sido um desafio que se coloca na construção de narrativas sobre seu cotidiano, sua educação e sua vida. As políticas curriculares nacionais em nosso país orientam para a centralidade das experiências das crianças na construção de práticas cotidianas, assumindo o protagonismo da criança na efetivação dos currículos. Nesse contexto, nos indagamos sobre: Quais experiências estão sendo desenvolvidas com as crianças bem pequenas e pequenas nas instituições educativas? Que sentidos aquelas constroem acerca do que podem e precisam aprender nessas experiências? Desse modo, definimos como objetivo: analisar sentidos das crianças acerca de suas experiências de aprendizagem na instituição de educação infantil. Para tanto, nos ancoramos nos fundamentos da abordagem histórico-cultural (VIGOTSKI, 2005; 2007) e da análise dialógica do discurso (BAKHTIN, 1995, 2003), desenvolvemos uma pesquisa empírica - na qual adotamos procedimentos como entrevistas semiestruturadas (gravadas) individuais e coletivas, registradas com recurso audiovisual e em diário de campo; utilizamos recursos para mobilizar suas diferentes linguagens, especialmente o desenho e a oralidade. Realizamos sessões de observação participante em duas turmas, uma Creche II 3 a 4 anos de idade e uma de pré-escola II 5 a 6 anos de idade em um Centro Municipal de Educação Infantil na região do semiárido potiguar. Iniciamos a pesquisa de campo com as sessões de observação participante dos contextos educativos, pois isso nos dava a possibilidade de interagir com as crianças e ouvi-las em situações de interações e brincadeira. Após essa aproximação, realizamos as entrevistas coletivas no formato de rodas de conversa e as individuais, com o apoio dos desenhos. As crianças foram incentivadas a desenhar sobre o que mais gostam e o que menos gostam de fazer na escola e o que consideram que aprendem. Observarmos que as práticas pedagógicas construídas na instituição pesquisada, por vezes, não se constituem como boas experiências de aprendizagem para as crianças. Embora, também pudemos presenciar momentos de interações e brincadeira nos quais as crianças reconstroem momentos do cotidiano com suas famílias e mobilizam personagens, papéis sociais e práticas culturais vinculadas ao imaginário infantil e suas realidades concretas. Nos sentidos construídos pelas crianças sobre suas experiências, elas destacam suas experiências de aprendizagem na hora do lanche e do parquinho como sendo seus momentos de preferência. Na conversa sobre seus desenhos, identificamos experiências com músicas, com a natureza, com as letras, as cores e as brincadeiras. Concluímos que as práticas pedagógicas estão sendo desenvolvidas com abertura às experiências das crianças, especialmente aquelas que promovem curiosidade, investigação e brincadeira. No entanto, reconhecemos, que ainda é necessário um longo caminho formativo para consolidar mais práticas que centralizam a experiência da criança e sua aprendizagem.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas